Enquanto o
sol enlaça a terra
num morno e
possessivo abraço.
Enquanto a
chuva penetra a terra
em suas
profundas e íntimas entranhas.
Enquanto a
neve apalpa a terra
com mãos
atrevidas, indiscretas.
Enquanto o
vento sopra a terra
e inunda de
poeira o ar que deseja.
Enquanto a
noite deita-se junto à terra
num desejo
profano de ali permanecer.
Enquanto a
madrugada se aninha à terra
entre os murmúrios
concupiscentes da brisa e do orvalho.
Enquanto
tudo é sensualismo e desejo
meus
sentidos se manifestam num olhar singelo
cujo prazer
é ver-te simplesmente
cujo pecado
é desejar o teu olhar...
(Rosa
Noronha - 1978)
2 comentários:
Lindo poema Rosa!
Muito obrigada!!
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