O Papa Francisco nomeou o monsenhor Edson José Oriolo dos
Santos, que integra o clero da Arquidiocese de Pouso Alegre, como bispo
auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte. O anúncio da nomeação ocorreu nesta
quarta-feira, 15 de abril, e foi recebido com alegria pelo arcebispo dom
Walmor. “Agradecemos ao Santo Padre, que envia
o monsenhor Edson José Oriolo dos Santos para ser servidor de nossa
amada Arquidiocese de Belo Horizonte. Vamos, juntos, testemunhando o Evangelho
da Vida, empenhados na missão de cultivar a fé em Cristo Rei, nosso Senhor”.
A ordenação episcopal do monsenhor Edson será no dia 11 de
julho, sábado, na Catedral Metropolitana de Pouso Alegre.
Mensagem do monsenhor Edson Oriolo
Saudação
No dia 16 de março, envolvido com a inesperada doença do
Mons. Vicente Gomes, meu Cirineu, fui surpreendido por um telefonema do Mons.
Piergiorgio Bertoldi convocando-me para ir à Nunciatura Apostólica. Não houve
tempo para refletir sobre o chamado inusitado, pois outro telefonema informava
que Mons. Vicente, que já estava na UTI, acabava de ter uma parada
cardiorrespiratória, encontrando-se em estado grave. Na quarta-feira, dia 18,
ainda sob o forte efeito do passamento do querido amigo e colaborador, recebo
outro telefonema da Nunciatura.
Na sexta-feira, dia 20, estando num curso em São Paulo,
resolvi ir à Brasília. Na sede da Nunciatura Apostólica, fui recebido pelo
Mons. Bertoldi que disse-me: “Pe. Edson, o Núncio Apostólico no momento
encontra-se fora do País”. Em seguida, entregou uma carta endereçada a mim.
“Leia e eu volto daqui a pouco”. Na carta soube que o Santo Padre o Papa
Francisco havia me nomeado Bispo Titular de Segia e Auxiliar do Excelentíssimo
Sr. Arcebispo de Belo Horizonte.
Por um momento, refletindo sozinho, fiquei totalmente
estático. O silêncio foi interrompido pela chegada do Mons. Bertoldi. Nada
falei, fiquei apenas ouvindo-o dizer como tudo se tinha encaminhado. O Papa
havia me nomeado e aguardava minha resposta. Sua Santidade o Papa Francisco
esperava o meu sim para ser Bispo Auxiliar de Belo Horizonte, enfatizou o Mons.
Encarregado de Negócios a.i. Entre uma e outra conversa, perguntou-me o porquê
do medo. Consciente do que significava aquele momento pedi alguns dias para
rezar, pensar e responder.
Voltando para São Paulo e depois para Pouso Alegre,
dispus-me amadurecer essa ideia, em oração. Fiz uma avaliação da minha
caminhada humana e sacerdotal. Conscientizei-me, uma vez mais, do alcance dos
meus limites e de quais foram as aspirações que nortearam minha formação e meu
sacerdócio. Refleti quais seriam as razões deste chamado. Tocou-me
profundamente a convicção de que sou apenas instrumento da graça de Deus.
Percebi com clareza a ação constante da Misericórdia Divina na minha história
de discípulo.
No dia 25 de março, festa da Anunciação a Nossa Senhora,
assenti à nomeação. Aceitei o chamado da Igreja, na obediência, amparado na
confiança de que a Misericórdia de Deus está comigo e sempre estará. Na
segunda-feira santa, dia 30 de março, S. Exa. Dom Walmor Oliveira de Azevedo,
telefonou-me manifestando sua alegria por ter aceito fazer parte da família
arquidiocesana de Belo Horizonte. Percebi a grande consolação de Deus, na
acolhida expressa nas palavras de pai, irmão e amigo de meu arcebispo Dom
Walmor.
Neste momento importante da minha vida, desejo reconhecer a
insondável ação da Misericórdia de Deus. Só me é possível compreender esse
chamado para o episcopado como proveniente do “alto”. A comoção invade o meu
coração ao verificar de quantas formas o Senhor vem demonstrando a sua
misericordiosa bondade para comigo. Agradeço, filialmente, ao Santo Padre, o
Papa Francisco, pela confiança em mim depositada, renovando-lhe o desejo de
viver na obediência e plena comunhão. Expresso, também, o meu agradecimento ao
senhor Arcebispo Metropolitano, Dom Walmor, por aceitar-me em sua família
arquidiocesana, bem como aos demais senhores bispos auxiliares e eméritos.
Recomendo a Deus todas as pessoas, vivas (José Eugenio meu
pai, Flavio e Claudia irmãos, sobrinhos, familiares e amigos) e falecidas
(Alzira Oriolo minha mãe, Mons. Pedro Cintra e Mons. Vicente Gomes), bem como
os arcebispos, irmãos sacerdotes, leigos e leigas com os quais compartilhei a
vida ministerial na arquidiocese de Pouso Alegre. Todos, sem exceção, foram
instrumentos da graça e do amor de Deus em minha vida.
Envio o meu abraço fraterno ao povo de Deus que está na
Igreja Arquidiocesana de Belo Horizonte, espalhado por tantas paróquias,
comunidades, grupos, pastorais e movimentos. Desejo saudar cada bispo,
sacerdote, religioso, religiosa, seminarista, leigo e leiga que dedica a vida
no anúncio do Evangelho, cumprindo o sublime mandato de Cristo. Saibam que vou
para junto de vocês no desejo de servir e de construir comunhão, dedicando
todas as minhas energias na ação pastoral, auxiliando o nosso pastor Dom
Walmor.
Estou vivenciando o meu reconhecimento a Deus pelo dom da
vocação. As alegrias do jubileu de meu ministério sacerdotal (25 anos, no
próximo dia 5 de maio), totalmente dedicado à Arquidiocese de Pouso Alegre que
amo, são agora intensificadas na plenitude do sacerdócio para a qual sou
chamado. Desejo continuar servindo a Igreja de Cristo, consciente de minhas
limitações e do quanto é necessário esperar da graça e da misericórdia. Convido
a todos para partilharem comigo a alegria da ordenação episcopal no dia 11 de
julho próximo, às 15h, na Catedral Metropolitana de Pouso Alegre-MG.
Que Deus me capacite para viver a missão de “Pastor” e de
“Sumo Sacerdote”. No exercício do meu ministério episcopal quero fazer-me um
dom para todos, segundo a “mansidão” e “a pureza de coração” do Bom Pastor, que
veio para servir e não para ser servido. Peço que rezem por mim, estejam comigo
na oração, para que eu saiba acolher, caminhar e edificar, para que eu possa
“anunciar as riquezas da misericórdia”.
Consagro-me a Maria, Senhora das Graças, suplicando a
proteção materna para que eu corresponda ao grande amor que Deus nos tem
demonstrado.
Trajetória acadêmica
e pastoral
Biografia: Filho de José
Eugênio dos Santos e Alzira Oriolo dos Santos, o monsenhor Edson José
Oriolo dos Santos nasceu em Itajubá (MG), no dia 18 de setembro de 1964. Foi
ordenado sacerdote na Matriz de São José Operário de Itajubá (MG), cidade que
integra a Arquidiocese de Pouso Alegre, no dia 5 de maio de 1990.
Cursou o Ensino Médio e Filosofia no Seminário Nossa Senhora
Auxiliadora de Pouso Alegre (MG). Graduou-se em
Teologia no Instituto Teológico Sagrado Coração de Jesus, em Taubaté
(SP). É mestre em Filosofia Social pela PUC Campinas, especialista em
Aristóteles, pela Unicamp e Marketing, pela Universidade Gama Filho. Também é
pós-graduado em Gestão de Pessoas, pela Universidade Gama Filho.
O monsenhor Edson José Oriolo trabalhou no Seminário
Arquidiocesano de Pouso Alegre como coordenador dos Estudos de Filosofia em
1990. De 1991 a 1996, foi Vigário Paroquial na Paróquia São Francisco de Paula
em Ouro Fino (MG). De 1997 a 2006, foi
pároco na Matriz de Nossa Senhora do Carmo em Borda da Mata (MG), e, desde 2007,
é cura da Catedral Metropolitana de Pouso Alegre (MG). Foi professor de várias
disciplinas no Seminário da Arquidiocese de Pouso Alegre relacionadas à
Filosofia, de 1990 a 2007, e vigário episcopal para o Sacramento da
Confirmação, de 2007 a 2014. É promotor de Justiça do Tribunal Eclesiástico da
Arquidiocese, professor no Instituto Teológico São Tomás de Aquino e Instituto
Filosófico Aristotélico Tomista dos Arautos do Evangelho em Caieiras (SP).
Escreve artigos em várias Revistas e Periódicos no Brasil sobre Filosofia,
Teologia e Gestão Eclesial.
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