AMM diz que transferência dessa
responsabilidade para os municípios terá impactos negativos.
Prefeitos do interior de Minas
Gerais estão preocupados com o impacto que será gerado nas contas municipais a
partir do ano que vem, com a transferência para o poder público municipal dos
ativos de iluminação pública, conforme determinação imposta por resolução da
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Estudo da Associação Mineira de
Municípios (AMM) concluiu que, com a medida, as despesas das prefeituras
sofrerão, em média, um aumento de 30%, já que 600 dos 853 municípios mineiros
têm menos de 50 mil habitantes e não estariam preparados para assumir a
mudança. Foi o que afirmou, na tarde desta terça-feira (22/10/13), o presidente
da entidade, Antônio Carlos Andrada, em audiência pública da Comissão de Minas
e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Cidades pedem mais tempo para
assumir manutenção elétrica
“Para muitos municípios, isso
poderia significar um verdadeiro apagão”, disse o presidente da entidade,
também prefeito de Barbacena (Região Central do Estado). Ele explicou que os
municípios com menos de 50 mil habitantes terão até o final de 2014 para se
adaptarem à resolução e assumirem os ativos de iluminação pública, atualmente
geridos, na maior parte do Estado, pela Cemig. Mas para os municípios com mais
de 50 mil habitantes o prazo expira em 31 de janeiro do ano que vem.
Ao lado de prefeitos de outros
municípios do interior, ele defendeu uma ampla mobilização no sentido de propor,
pelo menos, um prazo mais dilatado para a sua implantação. Além do impacto nas
contas, outra preocupação dos prefeitos refere-se aos procedimentos de gestão e
operação do sistema elétrico, já que a maioria dos municípios não está
tecnicamente preparada para tal.
Presidida pelo deputado Sávio
Souza Cruz (PMDB), a reunião desta terça (22), foi convocada a requerimento do
deputado Duarte Bechir (PSD), que criticou a resolução da Aneel. Ele alegou que
a maioria dos municípios mineiros não tem condições técnicas e financeiras de
assumir a responsabilidade pela gestão, operação, manutenção e expansão do
sistema público de energia elétrica.
O deputado Duarte Bechir também
lamentou a ausência de representantes da Aneel e do Tribunal de Contas do
Estado, mas lembrou que na próxima sexta-feira (25) o assunto voltará a ser
debatido em nova audiência, à qual a agência reguladora deverá comparecer.
Decisão da Aneel foi tomada em
2012
A Resolução Normativa 480/12, da
Aneel, estabelece os procedimentos para a transferência sem ônus ao poder público
municipal dos ativos de iluminação pública registrados no Ativo Imobilizado das
concessionárias de serviços públicos de distribuição de energia, de que trata
outra resolução da agência reguladora, a de nº 414/10, que dispõe sobre as
condições gerais de fornecimento de energia elétrica.
Segundo o presidente da AMM, o
assunto vem sendo discutido desde abril de 2012, quando foi editada a Resolução
480. A partir de então, disse, após sucessivas reuniões com a agência
reguladora, a diretoria da AMM conseguiu prorrogar o prazo de transferência.
A exemplo do autor do
requerimento, o deputado Carlos Henrique (PRB) manifestou a sua preocupação com
a resolução da Aneel e disse temer “uma enxurrada de terceirizações” nos
municípios para a gestão do sistema elétrico. Além disso, previu que o repasse
dos novos gastos para o consumidor “será inevitável”. Segundo ele, a Aneel
extrapola a sua ação normativa com a medida.
O superintendente de
relacionamento comercial com clientes de distribuição da Cemig, Carlos Augusto
Reis Oliveira, esclareceu que a concessionária atua em 774 municípios de Minas
Gerais e que destes, apenas cinco já procederam à transferência dos ativos:
Itaúna (Centro-Oeste de Minas), Betim e Nova Lima (Região Metropolitana de Belo
Horizonte), Nanuque (Vale do Mucuri) e Montes Claros (Norte de Minas). Outros
cinco estão em processo de transferência: Belo Horizonte, Pouso Alegre e
Varginha (Sul de Minas), Ipatinga (Vale do Aço) e Uberaba (Triângulo Mineiro).
Segundo ele, a empresa tem se
colocado à disposição para dar suporte técnico aos municípios, com vistas à
transferência. Acrescentou ainda que, até janeiro, 122 dos 774 municípios ainda
não tinham aprovado a CIP, a contribuição por iluminação pública, nas câmaras
municipais. A CIP seria um importante instrumento de arrecadação para que os
municípios possam assumir a transferência dos ativos.
Cemig é alvo de críticas
Para os participantes, grande
parte das cidades não tem como assumir a responsabilidade
Na fase dos debates, José Carlos
de Souza, dirigente da Associação de Defesa dos Consumidores de Energia
Elétrica de Minas Gerais, criticou severamente a Cemig, argumentando que os
municípios teriam que ter sido mais bem orientados para assumir a
transferência. Ele afirmou ainda que a empresa estaria mais preocupada em
distribuir lucros entre seus acionistas.
“A rede elétrica está podre,
como mostram os sucessivos acidentes, e a empresa não faz manutenção na
expectativa de transferir o osso para os municípios”, criticou, lembrando o
acidente que, na véspera, matou um trabalhador da empresa quando fazia reparos
na rede elétrica.
O deputado Sávio Souza Cruz
também criticou a Cemig e o Governo do Estado, que, segundo ele, repassa aos
municípios compromissos que seriam de sua responsabilidade.
Ari Constantino, prefeito de
Itamonte (Sul de Minas), disse que a transferência dos ativos imposta pela
Aneel será “extremamente danosa” para os cofres municipais. Jorge Lopes,
prefeito de Santo Antônio do Amparo (Centro-Oeste do Estado), pediu a
mobilização de todos contra a resolução da Aneel. “Não temos condições de
assumir esse ônus”, disse.
7 comentários:
Resumindo: Brazópolis ficará às escuras...
Não falta mais nada pra acontecer.....já pensaram a cidade toda escurinha, tendo que sair com lampião e lamparinas pelas ruas da cidade?
Do jeito que vão as coisas, vamos preparar as LAMPARINAS.
É só as prefeituras diminuir as despesas com funcionários contratados que da. O que não da é encher a prefeitura de "CABIDE DE EMPREGO" e querer que sobre grana para Fazer obras para a comunidade uma coisas ou outra ne mesmo?
no lugar das lampadas eles vaõ colocar garrafas pet ,fica as escuras mas naõ fica sem cafonice,eeee brazopolis cidade do horror
O PT de Brazopolis fez em 1998 um abaixo assinado pedindo a não cobrança de taxas de iluminação publica na cidade de Brazopolis, não é hora de honrarem o pedido que fizeram, pois hoje são governo.
Cade o poder do executivo em mobilizar a população em favor da própria população, pois não temos técnicos em manutenção elétrica isto requer conhecimento, primeira grande chuva vai ficar um breu só.
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