Hesita a última folha
em cair e exemplifica
a imponderável escolha
entre quem foi e quem fica.
Da finitude do galho
mede a leveza do ar
e a infinitude do talho
de chão e queda a restar.
Eis, porém, já nada importa:
acorrem-lhe hora e ditame,
e um vento frio lhe corta
da velha árvore o liame.
Cai mansa qual derradeira
lágrima há tanto retida,
que já se faz a primeira
que um novo pranto convida.
E a terra é leve qual brisa
de fim de noite e de inverno
feito inconcisa divisa
errante entre tempo e eterno.
Niterói, 27/9/2013
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