Há três anos
minha vida mudava radicalmente, em meio às malas para eu ir embora pra Mariana
eu tive que enfrentar uma das maiores dores da minha vida: a perda de meu pai. E hoje quando olho pra
trás, não sinto que tenha passado tanto tempo. A imagem dele ainda parece
presente, sua risada ou suas broncas. Mas acho que a vida é assim mesmo, devemos
nos acostumar com as perdas, mesmo que elas sejam mais presentes do que
imaginávamos que seriam.
Talvez a dor
maior em mim tenha sido pela maneira como ele foi tirado de mim. Sem ter tempo
pra falar pra ele do seu real valor ou mesmo sem demonstrar pra ele o quanto
ele era importante pra mim. Não digo que eu tenha sido um péssimo filho e nem
estou dizendo que morro de remorso por algo que eu tenha feito, acho que é mais
uma coisa de não ter podido falar um 'até logo'.
Eu tentei
por vezes ser frio (como na maioria das vezes eu fui) e enxergar as coisas como
algo que deveria ser vivido, e na realidade foi isso mesmo. Eu tinha que passar
por aquela perda, pra quem sabe passar a valorizar mais as coisas, quem sabe
poder dizer mais pra pessoas o quanto elas são importantes pra mim. Claro, que
se eu pudesse mudar as coisas, não diria que essa perda seria necessária, eu
faria algo por mim mesmo, com meu pai do meu lado. Mas por vezes, só sabemos
questionar o que nos foi imposto. Eu acredito que Deus não te dá um peso maior
que do que força que consegue aguentar. E comigo não foi diferente. Aos 20
anos, eu aprendi realmente o que é viver, o que é sofrer, o que é chorar e o
que é precisar de colo. Tarde ou cedo demais? Não sei. Mas a dor foi grande
demais e as consequências drásticas também. E se depois da sua morte eu chorei
pouco, foi porque no fundo eu sentia que ele sempre estava me dando um empurrão
e dizendo: Vá viver, vá crescer! E nesses anos que se passaram eu posso dizer
que se não me senti sozinho por inteiro, é porque muitas vezes senti meu pai
junto de mim.
Pai, sinto saudades, mas no fundo sei que tudo
está bem com você!
Blog od Patrick Reis : http://pavilhaodeespelhos.blogspot.com.br/
Um comentário:
Também perdi meu pai. Conheci a dor ainda cedo e com o tempo soube lidar com isso. Seu texto é formidável, apesar de tudo.
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