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8 de julho de 2010

POEMA : MALVA - Antônio de Noronha


Bem sei que me esqueceste. Eu não sabia
Que das tuas pupilas tão tristonhas
Me estava olhando o amor que dura um dia
Na promessa letal das horas medonhas...

Também hei de esquecer-te. Enfim, havia
De acontecer. Não me lastimes, sonhas,
Decerto, mais ardor, mais alegria,
E não palavras pálidas, bisonhas...

Aquela malva que me deste, verde,
O nosso desgraçado amor resume:
Clarão de viço e de felicidade.

Mas descorada, a malva o odor não perde
Da malva há de ficar sempre o perfume...
Do amor há de ficar sempre a saudade...

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