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15 de agosto de 2015

POESIA : O APITO de Alfredo de Noronha



A praça da estação
Estava cheia de gente:
Crianças, velhos e moços,
O povo também contente!

Pertinho das duas pontes...
A plataforma cheinha...
Nas ladeiras... Lá no pasto...
Tinha gente até na linha!

A banda muito garbosa,
Tocava um hino bonito...
Toda gente aguardava
Nesse momento o apito!

O fogueteiro esperava
O instante de emoção...
A nossa vila inteirinha
Estava ali na estação!

Bandeirinhas multicores
Se agitavam no ar...
Alegremente marchava
O nosso Grupo Escolar!

De repente... que delírio!
Um silvo, um forte grito...
E o povo, ouve surpreso
Seu velho sonho: o apito!

A banda toca um dobrado!
Foguetes sobem no ar...
O trenzinho vem chegando...
A apitar... apitar!

Estava concretizado
O nosso grande ideal...
Finalmente inaugurado
Festivamente o ramal!

Ali, no meu do povo,
Um grande vulto sorria...
A multidão o aclamava
Com emoção e alegria!

Fôra ele o pioneiro
Do belo melhoramento...
E nosso chefe sorria
De grande contentamento!

Um alto viva se ergue
Naquela hora de paz:
“ Viva o nosso grande chefe
Coronel Francisco Braz !”

E o povo todo responde
Ao Viva, forte, infinito...
Enquanto o trem acompanha
Com formidável apito!

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