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8 de janeiro de 2016

O batedor de carteira digital

As pequenas empresas precisam ficar atentas. Elas estão entre os alvos preferidos dos golpistas digitais. Em um momento em que os negócios se apoiam cada vez mais na internet para se estabelecer e crescer, todo cuidado é pouco contra os larápios cibernéticos.

Pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mostrou que 65,2% dos ataques eletrônicos ocorridos no ano passado direcionados às finanças foram cometidos contra pequenas empresas, ante 30,8% voltados a grandes corporações. Uma explicação para essa situação é que, na cabeça dos fraudadores, os negócios de pequeno porte são mais vulneráveis às suas investidas.

 O modus operandi dos cibercriminosos tem suas variações, mas no geral se resume em invadir os computadores da empresa e se apossar de dados para, num segundo momento, furtar dinheiro do empreendimento. Pode acontecer quando alguém na empresa abre um e-mail fraudulento ou entra em um site falso, liberando o caminho para um vírus se instalar na máquina. A partir daí, os golpistas têm acesso a senhas, logins, etc.

 O levantamento da Fiesp revela também que 13,1% dos pequenos negócios sabem que houve o ataque mas ignoram se foi bem sucedido ou não. Conclui-se que essas empresas estão despreparadas para enfrentar o problema e o responsável, por desconhecimento, acaba não tomando nenhuma providência.

 Para compensar um pouco, segundo a pesquisa, 95% dos empreendimentos de pequeno porte usam programas antivírus e outras tecnologias para se defender.

 Mas surge outra questão: não basta investir em tecnologia para ficar seguro, é preciso também adotar medidas relacionadas a processos e pessoas. Isso significa que o empresário deve adotar uma política de proteção e orientar seus funcionários. Uma prática simples é a troca periódica de senhas, evitando as fáceis e o uso das que vêm de fábrica, por exemplo. No entanto, o levantamento aponta que 68,1% dos empreendimentos de pequeno porte não obrigam a equipe a alterá-las com frequência. Só 16,6% treinam os colaboradores e apenas um terço (33,2%) adotam normas internas nesse sentido.

 O empresário não pode se descuidar. O dia a dia já apresenta obstáculos em bom número e ninguém merece ter a carteira batida digitalmente.

 Bruno Caetano é diretor superintendente do Sebrae-SP

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