TEMPO I
Brazópolis
Cidade que era:
No verde da mata
No jardim da praça
Cidade Presépio!
Na ladeira e travessa
Na gente sem pressa
Cidade Presépio!
No planger dos sinos
No sorriso dos meninos
Cidade Presépio!
Em “Caetano” o santo padroeiro
No Can-can pico altaneiro
Cidade Presépio!
Nos versos dos provadores
Nos jardins cantos de flores
Cidade Presépio!
TEMPOII
Brazópolis, onde estás?
Exclama a memória de um coqueiro abatido
O vazio de uma árvore que foi vida
A saudade de um coreto hoje história...
Brazópolis, onde estás?
Soluça o pranto de um verde que foi Mata
A solidão de um “Vargem Grande” que foi Rio
O silêncio frio dos que foram às tumbas...
Brazópolis, onde estás?
Lamenta a tristeza na ladeira do mercado
O ermo dos trilhos em fuga da Estação
O fantasma de um apito que se emudece na “Curva da Loba”...
Brazópolis, onde estás?
Indaga num monólogo a moça na janela
Em seus passos lentos o homem pela calçada
Em suas ave-marias a beata aos pés do altar...
Brazópolis, decantada Cidade Miniatura
Da Terra de Santa Cruz
Hoje, um parque se faz numa praça
Graças a estupidez de um alcaide,
Noutra, o trem de ferro já não passa
Por ordem da insensatez dos governantes...
Hoje, árida urbe sem graça
Até onde?
-Pólis, Vila - Braz
Brazópolis, Não Mais!!!
(Belo Horizonte - 1991)
3 comentários:
/agree
Adorei as verdades mostradas em seu poema.Sinceridade é uma virtude de poucos.Parabéns.
Um belo poema, realmente!
Parabéns!
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