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13 de junho de 2010

O Maestro João Noronha - A Banda e o dobrado "Minguinho" - Por: D.

O Maestro João Noronha - A Banda e o dobrado "Minguinho"

Foi nos meus bons tempo de menino que aprendi os primeiros segredos da música com o maestro João Noronha.
À noite, nos intervalos dos ensaios, os músicos davam gostosos gargalhadas à fascinação das anedotas que o Maestro lhes contava com aquele seu "humor" contagiante e com aquela sua "verve" inimitável.
Acontece que as suas anedotas eram para suavizar as suas verbações candentes com que ele fulminava algum músico desafinado ou, às vezes, por causa dos guinchos do meu incrível flautim.
Uma vez por outra, João Noronha surgia com alguma nova composição de sua lavra: _valsa, marcha, fox ou dobrado. Era tão melodiosa e expontânea a sua música que, quase sempre era tocada "de primeira vista", como se diz na gíria do músico.
Certa noite de ensaio ele nos aparece com um dobrado novo na pasta. E vejo que o maestro olha e sorri para mim de modo diferente. E assim, vai distribuindo a cada músico a nova composição de sua autoria. Um por um, os músicos me olham, também sorrindo... Sem poder compreender, o menino desconfiado que eu era, quase descontrola! Ao receber a minha parte do dobrado, leio o título: "Minguinho". A Banda executou-o "de primeira vista"; até eu o executei. Foi uma das puras emoções da minha vida.
Esse dobrado fez enorme sucesso. Por "dá cá aquela palha", a "Santa Cecília" rompia com o "Minguinho" de cor.
Tempos depois, numa noite de festa, quando acabava de ler um empolado discurso, os sons desse dobrado abafaram as minhas últimas palavras, confundindo-se com um tropel de aplausos! Ah! que sádico sabor no apetite da minha vaidade.
Quantos anos são passados sobre essas ilusões. O popular dobrado lá deve estar, na Sede da Banda e o seu autor subsiste na saudade e na admiração da sua terra, porque não morre de todo um artífice do Belo, quer seja ele músico, pintor ou poeta...

Artigo publicado na Caiaca - Edição 1951

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