Antigamente o carnaval de Brazópolis acontecia
dentro dos clubes. Eram noitadas animadas, com muito calor e muito aperto. Era
comum, nos intervalos, durante a madrugada, sairmos em turma para comer pastel
no Bar do Geraldo e nos refrescarmos no friozinho da madrugada. Sentávamos nas
arquibancadas já vazias da avenida, e a conversa ia até tarde.
Muitas vezes perdíamos o final do baile - que
podíamos ouvir na pequena caixa de som instalada numa árvore, mais precisamente
na ponta de um eucalipto. Chamávamos o trombolho de “caixinha de
marimbondo”. O som era baixinho, ruim,
para não incomodar os moradores. Esse era o carnaval a que tinham direito os
não sócios dos clubes.
O que mais nos chamava atenção eram aqueles que
dançavam na rua, longe da animação do salão. Às vezes, ficavam meio
envergonhados quando a gente olhava. Numa dessas noites, meu namorado
reconheceu um amigo de escola, que se aproximou, muito tímido, meio embriagado.
Em seu rosto não havia sinais de alegria.
-Queixou-se do vazio das ruas naquela hora, queixou-se de
ser pobre e não poder brincar o carnaval no salão, no meio da multidão. Nunca
me esqueci do olhar daquele rapaz e nunca esqueci da resposta do meu namorado:
“um dia vamos mudar isso”.
Passaram-se muitos anos e num dia, afinal, começou
em Brazópolis o verdadeiro carnaval. A festa do povo, no grande salão de baile
que é a Praça da Matriz. Famílias inteiras, jovens e velhos, ricos e pobres,
misturados na mesma emoção. Porém, a folia nas ruas esvaziou a dos clubes, e
outro encanto se perdeu: as voltas no salão repleto de confete e serpentina...
Se pudesse sonorizar essa história, seria com os
versos do Chico: “E um dia afinal/ tinham direito a uma alegria fugaz/ uma
ofegante epidemia/ que se chamava carnaval, o carnaval, o carnaval... (vai
passar)/ Palma pra ala dos barões famintos / o bloco dos napoleões retintos/ o
os pigmeus do boulevard/ Meu Deus vem olhar/ vem ver de perto uma cidade a
cantar / a evolução da liberdade/ até o dia clarear/ Ai que vida boa ô lerê/ ai
que vida boa, o lará / o estandarte do sanatório geral vai passar”
17 comentários:
Lindo,,texto,..embora..a..maioria..das..pessoas..não..tem..sensibilidade..para..entender..ou..agora..mudaram..de..patamar..na. hipócrita..escala..social.
Ainda bem que podemos brincar este carnaval, com nossos filhos........ Brasópolis nos proporciona isto...........
Muito lindo amiga.................
Eu sei dessa estoria direitinho,Flora,gosto muito de voce tambem por isso,foi a melhor coisa que aconteceu em Brasopolis para o povo em 1997.Pena que o povo tem memoria curta.
Ops!O primeiro carnaval de rua que foi até as 4 da manhã foi em 1993.Com patrocínio dos bares e som do Cido.Ainda era fita cassete e Daniela Mércuri e Netinho estavam estourando.Mas antes disso,na administração do Sr.José Fernandes,havia som na rua,era mais tímido e terminava mais cedo.Claro que na administração do Sr.Paulo de Tarso,o carnaval tomou uma dimensão maior,já que era um desejo antigo dele,um carnaval para todos.Estou escrevendo isso,para que a história seja conhecida de forma correta.Beijos amiga Flora.Muito bom seu texto.Elizete Carvalho Esteves Vizotto.
cara TEACHER,a sra.não entendeu o texto.Era uma porcaria com meia duzia de gatos pingados na rua,assim mesmo só na frente do bar do Mingo.Não vem não moça,AQUILO de 93 nunca foi carnaval de rua.
Eu trabalhava numa radio em S j.dos campos,a dona Flora ligou e pediu se a gente podia anunciar o carnaval de rua de Brasopolis.Fizemos o convite para todos os brasopolenses e a coisa estourou mesmo.Foram os melhores carnavais que Brasopolis teve.Não tem nada de incorreto não na estoria,a pessoa ai de cima não leu direito.
Mas o texto dela nao esta dizendo que nunca teve alguma coisa nas ruas em 93 e depois nao sei que ano mais,ela diz que o carnaval boom(traducao bum pra quem nao sabe ingles),o carnaval que TODOS foram pra rua e o clube FECHOU ,comecou em 1997.Oh genteeee! vamos ler,pensar e analisar o que lemos.Ninguem escreveu nada INCORRETO,quem le nao sabe interpretar e ponto final.E chato chamar alguem de mentiroso ainda mais quando estamos equivocados.
Elizete, eu me lembro! Foi super lindo ver o povo tomando a rua. Eu me lembro que até a coisa estourar, o clube era só para sócios e com ingressos caros, uns pacotes...mais pro povo de fora. E todo mundo queria estar no clube. No primeiro carnavalzão, aquele com um paredão de som enorme e um DJ em cima, o chique era estar na rua.
Sinto saudades dos bailes, das marchinhas, daquelas montanhas de confete nas matinês...se desse pra juntar as duas coisas...
Mas agora acontece outro movimento popular, as marchinhas voltam a tomar a rua, Suco de Laranja, tratorto, a cada dia com mais espaço, evoluindo com o carnaval e a cultura popular...
beijos Paulinha
Também em 93 teve uma barraca enorme do lado do Gilberto que a D.Flora pediu pra prefeitura construir e tinha até canja durante a madrugada,tudo em beneficio da AMA e lar da criança,eu ia com meus filhos ajudar as irmãs na cozinha,foi um trabalho sensacional e deu um bom lucro à essas entidades.Me lembro ainda da D. Flora carregando baldes de água pelas ruas para lavar os pratos na barraca,e sei pela D. Isa Guimarães que ela voltava pra casa as 6 da manhã,depois que tudo estava limpo e seguro.Portanto gente,vamos aplaudir quem faz ou fez alguma coisa boa nessa terra e nâo criticar ou botar defeito.
nossa como o povo tem memória curta, é incrivel, prefiro nem comentar.......
Os cães sarnentos continuam a zurrar.rsrsrsrsrgericarkkkkkkkkk
Sonia, você é loira??????
Entenderam errado.Eu estou apenas colocando quando começou a tomar mais força e não estou chamando Flora de mentirosa(se não sabem,somos muuuuuuuuito amigas).Eu era a Secretaria de Cultura em 1993.Não está em pauta o ano que o clube fechou e sim quando o carnaval na rua começou .Interpretações erradas criam discussões inúteis.Minha amiga entendeu,pois somos preservadoras da história desta cidade.Elizete Carvalho
De um trecho do livro Nosso Lar:
Os quecolhem espigas maduras, não devem ofender os que plantam a distância, nem pertubar a lavoura verde, ainda que em flor.
Adorei Tarso,pessoas inteligentes não precisam falar muito.
esse carnaval de rua tinha q acabar isso atrapalha muita gente dormir
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