“As árvores são
fáceis de achar / Ficam plantadas no chão [...] As árvores ficam paradas / Uma
a uma enfileiradas / Na alameda / Crescem pra cima como as pessoas / Mas nunca
se deitam / O céu aceitam / Crescem como as pessoas / Mas não são soltas nos
passos / São maiores, mas / Ocupam menos espaço / Árvore da vida / Árvore
querida [...]”. (Música: Árvores – Arnaldo Antunes).
Quando somos crianças
imaginamos o mundo mais verde. Ensinam-nos que devemos respeitar a natureza e
nos mostram, ainda que timidamente, a importância da preservação das árvores. E
isto, sem dúvida, é trabalhado em nossas mentes ainda quando crianças; prova
disso são os desenhos inocentes elaborados que sempre possuem ao menos uma
árvore ao lado de uma casinha. Bons tempos estes de infância! Onde a inocência
prevalece sobre a realidade adulta e nos importamos muito mais com nossas
árvores, pois quando nos tornamos adultos, notamos que a realidade é outra. Nosso
mundo é menos verde do que imaginávamos e quando olhamos para o céu em algumas
cidades, não reconhecemos o céu azul relatado em contos e histórias. A cada dia
que passa, o céu escurece em algumas cidades, não porque vai chover, mas porque
a poluição travou os raios de luz que estudamos ser tão importante para a
fotossíntese e controle biológico. Prova disso se encontra na decisão das
escolas de Pequim – nas quais cancelaram as atividades dos alunos no exterior
dos prédios, devido à poluição. Lá, a qualidade do ar foi a pior já registrada:
a névoa que paira sobre Pequim, além de ser prejudicial à saúde, é tão
alarmante que chega ao ponto de prejudicar a visibilidade (Matéria veiculada no
portal Terra).
As áreas verdes
vêm dando lugar ao concreto e ao asfalto. Esse processo de uso e ocupação do
solo urbano de forma inadequada também tem criado as chamadas ilhas de calor,
já que sem árvores o clima se torna mais quente e menos úmido, fazendo crescer
a demanda por compra de equipamentos na qual compensem o calor
(ar-condicionado) e que melhorem a umidade (umidificadores). Paralelamente, se
gasta mais energia para funcionamento destes equipamentos elétricos; novas
usinas hidrelétricas, como Belo Monte, são necessárias para suprir a crescente
demanda, se tornando um ciclo vicioso de degradação do meio ambiente, onde
esquentamos para esfriar, mudamos cursos de rios e habitat naturais para
umidificar.
A tese que falta
verde nas cidades ganha força nos dias quentes. As árvores contribuem para a
climatização do ambiente. Até mesmo “uma criança” sabe que mais árvores
significam melhor qualidade de vida. As áreas verdes também facilitam a
drenagem natural das cidades, mantendo os cursos das nascentes e preservando as
torrentes.
A ONU recomenda
que nas cidades existam no mínimo 12 metros quadrados de área verde por
habitante. Nosso objetivo não é
generalizar, já que existem gestores públicos comprometidos com o meio ambiente,
mas, como ignorar a existência de outros que deveriam receber o titulo de “gestor
moto serra”? Assim, caberia aos cidadãos de muitos municípios deste Brasil
varonil analisar o que seus novos prefeitos e prefeitos reeleitos fizeram ou
irão fazer pelo verde. Podem começar questionando: Por onde anda o verde? Cadê
as políticas públicas de arborização urbana? Cadê as árvores das calçadas e
canteiros centrais de avenidas? Não
adianta tenta sair pela tangente, certamente em muitos municípios as perguntas ficarão
sem respostas concretas ou com uma pequena ação do tipo: plante uma árvore e
ganhe um doce. Gestores públicos competentes e inteligentes devem garantir
qualidade de vida para os cidadãos como um todo e sem período de tempo, por isso
deveriam se importar com a garantia da qualidade de vida ambiental futura, o
que somente é necessário fazer com a ajuda de nossas parceiras: as árvores.
Devemos defender
em todas as esferas de governo – em caráter de urgência – a criação de
políticas públicas que apóiem a arborização das cidades, de maneira
responsável, assim como o controle de emissão de poluentes, criando um
equilíbrio mínimo para nossa sobrevivência, para quem sabe, assim não cheguemos
ao ponto de proibir nossos estudantes de praticar atividades fora de uma caixa
de concreto e ferro.
Marçal Rogério Rizzo: Economista e Professor Doutor da UFMS – Campus de
Três Lagoas (MS).
Pedro Fernandes Porto Neto: Acadêmico de Administração da UFMS – Campus
de Três Lagoas (MS).
Um comentário:
É, cadê o verde ??
Postar um comentário
Obrigada por dar a sua opinião.
Elogie, critique, mas faça isso com educação.
- Comentário com palavras de baixo calão será excluído.