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16 de maio de 2012

Cabô a energia- Maria do Vá


Hoje li a recramação da dona Fátima no brog e lembrei que isso já aconteceu comigo.
Vim passá uns dias na cidade , saí pá mode fazê compra. Cheguei já tava escuro. Quando fui acende a lampida nada, tentei outra, nada. Oiei pá janela e vi que a vizinhança tava toda sem luiz. Liguei pá Cemig. Eles começaram a interrogatório: Nºo da conta, nº do padrão, endereço, meu nome... queimei no gorpe e desliguei.
Num achava uma vela em lugar nenhum. Pensei: vô dormi cum fome por mode que não tem jeito de fazê comida. Arresorvi pitá um cigarrinho antes. O isqueiro acabô o gais. Pelejei, pelejei e nada. Pensei: Como sô boba, vô liga um pito do fogão  e acendo o cigarro. O fogão é elétrico, num acendeu. ..
Saí parpando tudo pá mode acha um fosfro. Que nada, num achei coisa nenhuma que saía fogo.
Fui liga de novo pá mode reclamá. E lá vem aquela muié perguntano tudo de novo. Queimei no gorpe e disparei a fala; Falei meu nome, numero do meu cpf, Rg, titulo de eleitô, nome do meu pai, da minha mãe, da vó, do vô.
A moça disse que num precisava de tudo isso, mais eu falei que queria fala, pois era as única coisa que eu sabia de cor. De que adiantava ela fica preguntando o número da conta se eu tava no escuro? Num sô curuja pra mode lê no escuro.
E mardiçuada da muié ficava falano: Estaremos providenciando, estarei anotano sua reclamação, a energia estará vortano em pouco tempo...
Fiquei mais fula ainda. Esse tar de “estarei fazeno”  isso ou aquilo me dexa possessa.
Quando eu comecei a fala que eu tamém estarei chamando a policia e que estarei chamano a mãe dela daquele nome e mardita desligo o telefone.
Liguei traveis...mas acabo a bateria do celular. Pensei: Võ pô pra carrega e ligo pá mode xingá mais umm pôco. Mais como eu ía carrega o celular sem força?
Seis imagina eu, brava, sem pode fumá, com fome, no escuro...
Pensei em toma um banho e í durmi, num tinha mais nada pá fazê e inté já tinha perdido minha novela memo.
Tirei a ropa, no escuro , abri o chuvero. Aguá gelada. Sem energia a água num isquenta !
Visti o pijana suja memo , mas a fome tava me matano. Lembrei do microonda. Pequei uns resto de comiga qui tava na geladeira, tudo isso parpanno, e pus no microonda. Mais tamém num funciono. Num tinha energia.
Foi intão que discubri que na minha casa tudo é elétrico...
Sortano fogo pras venta eu peguei o telefone da minha tia, que ainda tava carregado e fui liga pra tar Aneel. Falaro que só atende em horário comercial.
Mais se tá de noite, a luz apagada, eu tinha que esperá amanhece pá mode liga???
Vão é lambê sabão!
Que mérda, eu pensei. Mais eis vão vê só comigo.
No outro dia a energia vortô. Mas minha vingança já tava pramejada.
Chegou o dia de pagá a luiz, num paguei. No outro meis a mesma coisa, num paguei.
Daí chego o moço pá mode disligá o relógio.
Eu saí cá vassora na mão e falei pra ele: “Se o senhor disligá, eu estarei arrebentano os corno do senho cá vassora, estarei arrancando suas tripa pá fora, seu mardiçuado duma fica. Na hora que oceis dexa a gente no escuro num vem ninguém aqui acudi, mais na hora que não pago essa baita conta que oceis manda oceis vem?
Óia, o moço saiu numa carrera só, inté hoje num vi mais ele.
E ainda eis tem a corage de fala que a Cemig é a mió do Brasil? Se é a mió, a pió então deve funcioná uma veis por semana.
Bando de irresponsáve !!! Bando de safado preguiçoso!!!

9 comentários:

sag disse...

gostei da reclamação da dona Maria do Vá e sei que é assim mesmo que os mineiros falam, só algumas palavras que não soaram bem,como: desliguei(disliguei)nenhum(ninhum)disse(dis)brava(braba)pus(puis)arrancando(arrancano)senhor(sinhô)outro(otro),acho que ficara mais interessante a fala dela que deve ser uma pessoa simples como muitas que conheço e que me encantam."só minera uai" "sag"

Ana Paula S. disse...

Sag, acho que vc não mora em Minas ou nunca prestou atenção no modo do mineiro falar. Estas palavras que vc citou , o mineiro, principalmente o da área rural, fala assim mesmo. Começa a prestar atenção pra vc ver.

Anônimo disse...

Acho essa Maria do Vá uma bobice tamanha...

Anônimo disse...

Tão bob e como sabe que existe a Aneel?

Anônimo disse...

O mineiro não fala assim, sou mineira e não é por isso que falo tão errado.Procuro usar um vocabulário correto.

Anônimo disse...

"procuro usar um vocabulário correto." Isto significa que voce acha errada a maneira do mineiro falar, sr anonimo aí de cima?

José Carlos Bento disse...

Acho que ainda não entenderam o espírito da coisa. Maria do Vá não fala como escreve. Ela sabe escrever corretamente, visto que usa bem a pontuação. É apenas u modo emgraçado de contar suas histórias.
Será que não entenderam isso ainda??? Pelamordedeus gente!

José Maria Faria disse...

Em um comentário antigo Dyego Silvino Andrade de Itajubá disse:
Sou ardilosa, tiro do meu âmago, com arroubo inócuos pensamentos.
Não fico taciturna ou recôndita. Perscruto não ser pérfido, pernóstico ou pedante.
Sou parca, sem ser pacóvia. Um pouco loquaz e frugal. Não quero engodar ninguém e nem ser belicosa.
Uso a alcunha de Maria do Vá pra deixar recôndita minha verdadeira graça.

Viram que texto culto? Entenderam tudo? Não né?
Mas o que a Maria do Vá escreve todos entendem. E tem gente “culta” que ainda implica com ela.

Ele disse exatamento o que penso.

Anônimo disse...

Essa gente que critica nunca andou pelos cafundó das zonas rurais,nunca conversou com pessoas que lutam na terra dia a dia,que não tem tempo para conviver com outras pessoas,que não tiveram escola,e nunca conheceram a Maria dos Gatos,que falava mais ou menos assim.Maria do Vá,vc é otima,continue com suas cronicas,a maioria entende e gosta muito.Abraços.

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