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16 de outubro de 2012

Ser mineiro – J.B. Strasser de Lima



Correm escritas por aí, reflexões e mais reflexões filosóficas, populares ou mesmo jocosas do que é ser mineiro. Há quem os colecione e o conhecido mineiro Frei Betto publicou, há algum tempo, um longo artigo no Estadão, resumindo quase todas. Esta sua crônica já fez escola e já está até em livro.
Só que, suprema infâmia, há quem não goste de ver os segredos da mineirice esparramados assim aos quatro ventos, bandeiras desfraldadas de fofocas de comadres tremulando pelos ares. Parece aquela figura esdruxula da TV, o Mister M, estragando todo o prazer e encanto das mágicas. E todas essas fanfarronices em torno do que é ser mineiro acabam contradizendo o que elas mesmas e entregam de mão beijada o ouro ao inimigo.
Sei que também piso em terreno movediço ao falar disto. Melhor mesmo seria fazer como Fernando Sabino, mineiro de plena mineirice ao afirmar: - “Para mim, fica decidido que ser  mineiro é jamais tocar nesse assunto”.
Ele fala a propósito disso no seu saboroso livro “O Tabuleiro de Damas”, onde narra uma conversa telefônica com Guimaraes Rosa, um mineiro mestre na mineirice.
Acontece que Rosa escrevera sobre o tema para a revista “Manchete”, a pedido de outro mineiro , o Otto Lara Resende, também de vigilante mineirice, numa série em que diversos escri8tores falariam de seus estados.
Pois nesta conversa, Rosa indaga do Sabino se gostara do artigo. Ele anuiu com um gostei tão desenxabido que o levou a justificar: -  “Só tem um defeitinho. Um só. Ter sido escrito. E logo por um mineiro”. E parece que o grande Rosa concordou plenamente ao dizer: _ “Com essa você me pegou”.
Então, mineiramente, só fico tranquilo por estar em Minas e escrevendo para Minas  com suas montanhas e este seu ar desconfiado e cauteloso. Assim em casa, na grande cozinha, sentado na mesa larga, com café, queijo curado, biscoito, broa de fubá e o fumeiro estalando de cheio, dá pra finalmente filosofar para quem ainda insistir:
_ Ser mineiro... sei não, uai!




José Benedito de Lima nasceu em 19 de abril de 1944, em Brazópolis, filho de Geraldo Rodrigues de Lima e Maria José Strazzer. É pai de Leopoldo e Otávio.
Viveu sua infância em Brazópolis quando foi para o seminário onde ficou até sua adolescência, não seguindo a carreira eclesiástica.
Formou-se em jornalismo pela Faculdade “Gasper Líbero”, depois bacharelou-se em Letras, Português e Francês  pela Faculdade “Nossa Senhora Medianeira”, em São Paulo.
Lecionou em escolas particulares em São Paulo até se aposentar.
Em Brazópolis continuou a lecionar como professor efetivo do ensino público.

José Benedito tem uma grande produção de poemas e crônicas, muitas delas publicadas na imprensa brazopolense, algumas vezes assinado  J.B. Strazzer de Lima. Em 1998, publicou pela Pax & Spes – Livros de São Paulo, uma edição preliminar de apenas 5 exemplares do livro “Quartel de Minha Vida (Seminário do Carmo)”. Participou do Livro “Brazópolis – 100 anos de Emancipação Política” em 2001.
José Bendito não se considera um escritor, apenas um amador. Segundo suas palavras: “Se o grande poeta Bandeira se autodominava como poeta menor, como se autodenominar então? Talvez como poeta nanico, a palavra mais próxima de nanômetro, a milionésima parte do milímetro. É isso: Um nanopoeta.”
José Benedito de lima participou do primeiro grupo de pessoas que idealizou a Academia Brazopolense de Letras e História. Ocupa a cadeira 7 da área de letras da ABLH, cujo patrono é Martinho Braga de Mendonça.

Fonte: Livro "Escritores de Brazópolis" de Isa Faria Guimarães

2 comentários:

Anônimo disse...

Ser mineiro é ser mineiro, uai

Anônimo disse...

O que é uai? Uai é uai, uai!

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