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17 de agosto de 2010

A FILA DU BANCO - Maria do Vá

Fui no banco do Brasir mode abri uma conta. Quandu cheguei lá tinha uma porta que rudiava.Tava iscrito:”Empurre”. Impurrei e fui... Vigi Maria, Mãe Santíssima! Cumeçô uma baruera, uns apitus isquisito! Eu num sabia se corria o se ficava parada. Ponhei as mão na cabeça e gritei: Eu num fiz nada!
Daí, veio um pulícia e eu pensei: Tô perdida! Vô se presa!
Mais o moço me acarmo e disse que num ia prendê eu não. Disse que dissertu eu tava cum muito metar na borsa. Abri a borsa prele vê e foi só mueda que caiu pra tudu lado. E tamém tinha as chave da porta da minha casa, da porta da casa da minha mãe, do baú da minha vó, uma chavi de fenda que gosto de carregá prá arguma precisão, uma tisora pá modi corta argum fiapo que sorta da ropa e mais um Santo Antonio de bronze que é pá mode eu rumá maridu. Só isso, pôca coisa e deu essa cunfusão medonha.
O moço feiz eu ponha tudu na caxinha de vidru e mandô eu tentá entra traveis. Eu impurrei a porta e fui... quandu eu vi, tava de vorta pá fora, impurrei mais e entrei, mais lerdiei e sai otra veiz... Intonse o moço me ajudô e eu cunsigui entrá.
Um home chic, de ternu bunito, ajeitô os paper pra mim e eu abri minha conta. Ele inté me deu um cartão descrédito. Eu saí pisanu nas núvi, pensano inté que eu era chic inguar essas madame de novela.
No ôtro dia fui lá travis pá tirá um poquinho de dinheru que era mode eu compra umas mandioca que eu tava cum vontadi de cumê.
Pois óia só, tava um filão que paricia fila de médico do SUS.
Tinha treis caxa letrônio: Um num tava afuncionano, o ôtro era só pá genti véia, deficênti e muié grávida ou cum criança no colo. Um ôtro tava uma filona danada. Entrei na tar da filona. Um povo lerdo qui só veno. Ficava lá e num saía nunca. Minhas perna tava dilurida de tanto ficá de pé. Na fila espiciar tinha pôca gente. Fiquei só oiano e cubiçando podê mudá pra lá. Foi intão que eu vi passá na rua uma muié cuma criança no colo. Cumo eu sô muito teligênti, num pensei duas veiz, sai da fila e curri atrais da muié e falei prela me imprestá a criança pra mim. A muié me oiô ispantada e antis dela falá arguma coisa, garrei a criança, ajeitei bem a danadinha no colo e fui pá fila espiciar.
Quandu chegô a minha veiz, a mãe da criança, que tava lá fora cum cara de besta, começo a gritá feitu uma vaca brava. O pulícia veiu de novo atraiz de mim.
Naquela horíca eu infiei o meu cartão no buraquinho e fui apertano os botão pá mode tirá o meu dinheiro, mai num deu tempo. O pulícia chego bravo gritano, cás arma na mão...
Entonse eu devorvi a criança prá muié iscandalosa, mandei o puliciá páquele lugá, sentei na carçada e chorrei largaaaaado! Tão pensano o que? Que nói semo bobo? Paiaço? Onde já se viu fazê nóis ficá mai de hora em pé num filão iscumungado daquele?
No outro dia vortei lá e tirei tudu meu dinheru. Nunca mais vô entrá naquela purcaria de bancu que além de tê uma porta qui rúdia, ainda dexa a gente na fila mai de hora? Como diz meu amigo Gerardo: Prá riba de mim não Xexênia... Ham - ham...

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