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2 de abril de 2016

VOTAR - Raquel de Queiroz

“Votar”, da visionária escritora Raquel de Queiroz, publicada na revista “O Cruzeiro”, em 1947, com o objetivo de alertar os

Não sei se vocês têm meditado como devem no funcionamento do complexo maquinismo político que se chama governo democrático, ou govêrno do povo. Em política a gente se desabitua de tomar as palavras no seu sentido imediato. No entanto, talvez não exista, mais do que esta, expressão nenhuma nas línguas vivas que deva ser tomada no seu sentido mais literal: governo do povo. Porque, numa democracia, o ato de votar representa o ato de FAZER O GOVERNO.

Pelo voto não se serve a um amigo, não se combate um inimigo, não se presta ato de obediência a um chefe, não se satisfaz uma simpatia. Pelo voto a gente escolhe, de maneira definitiva e irrecorrível, o indivíduo ou grupo de indivíduos que nos vão governar por determinado prazo de tempo.

Escolhem-se pelo voto aqueles que vão modificar as leis velhas e fazer leis novas – e quão profundamente nos interessa essa manufatura de leis! A lei nos pode dar e nos pode tirar tudo, até o ar que se respira e a luz que nos alumia, até os sete palmos de terra da derradeira moradia.

Escolhemos igualmente pelo voto aqueles que nos vão cobrar impostos e, pior ainda, aqueles que irão estipular a quantidade desses impostos. Vejam como é grave a escolha desses “cobradores”. Uma vez lá em cima podem nos arrastar à penúria, nos chupar a última gota de sangue do corpo, nos arrancar o último vintém do bolso.

E, por falar em dinheiro, pelo voto escolhem-se não só aqueles que vão receber, guardar e gerir a fazenda pública, mas também se escolhem aqueles que vão “fabricar” o dinheiro. Esta é uma das missões mais delicadas que os votantes confiam aos seus escolhidos. Pois se a função emissora cai em mãos desonestas, é o mesmo que ficar o país entregue a uma quadrilha de falsários. Eles desandam a emitir sem conta nem limite, o dinheiro se multiplica tanto que vira papel sujo, e o que ontem valia mil, hoje não vale mais zero.

Não preciso explicar muito este capítulo, já que nós ainda nadamos em plena inflação e sabemos à custa da nossa fome o que é ter moedeiros falsos no poder.

Escolhem-se nas eleições aqueles que têm direito de demitir e nomear funcionários, e presidir a existência de todo o organismo burocrático.

E, circunstância mais grave e digna de todo o interesse: dá-se aos representantes do povo que exercem o poder executivo o comando de todas as forças armadas: o exército, a marinha, a aviação, as polícias.

E assim, amigos, quando vocês forem levianamente levar um voto para o Sr. Fulaninho que lhes fez um favor, ou para o Sr. Sicrano que tem tanta vontade de ser governador, coitadinho, ou para Beltrano que é tão amável, parou o automóvel, lhes deu uma carona e depois solicitou o seu sufrágio – lembrem-se de que não vão proporcionar a esses sujeitos um simples emprego bem remunerado. Vão lhes entregar um poder enorme e temeroso, vão fazê-los reis; vão lhes dar soldados para eles comandarem – e soldados são homens cuja principal virtude é a cega obediência às ordens dos chefes que lhe dá o povo. Votando, fazemos dos votados nossos representantes legítimos, passando-lhes procuração para agirem em nosso lugar, como se nós próprios fossem. Entregamos a esses homens tanques, metralhadoras, canhões, granadas, aviões, submarinos, navios de guerra – e a flor da nossa mocidade, a eles presa por um juramento de fidelidade. E tudo isso pode se virar contra nós e nos destruir, como o monstro Frankenstein se virou contra o seu amo e criador.

5 comentários:

Anônimo disse...

ACORDA POVO DE BRAZÓPOLIS. VAMOS COLOCAR NO PRÓXIMO GOVERNO PESSOAS QUE REALMENTE SE PREOCUPA COM A CIDADE.

Anônimo disse...

Infelismente o melhor nome neste cenário político de Brazopolis ainda é o João Mauro ,vou ter que votar nele de novo por que os candidatos que estão falando por aí deus me livre ,Waguinho ,Aldo chaves,Otacílio machado ,Carlos do posto e João do ovo ,ainda sim fico com o João

Anônimo disse...

Ao Anônimo do dia 2 de abril 12:06, Só faltou você dizer que aquele metido que sempre morou fora da cidade e que ninguém conhece, se preocupa com a cidade. Por amor, vamos eleger um presente, e jamais um passado que só nasceu aqui e, agora vem dizendo que seu pai foi muito bom para as pessoas.

raimundo disse...

o mais correto e votar no candidato... nao na sigla...OBS.nem todas as laranjas da cx estao PODRE. Joao Mauro ,e exemplo de humildade e honestidade. jogue a primeira pedra quem tem algo podre desse HOMEM.

Anônimo disse...

Publicada em 15 de abril de 2008 no jornal O TEMPO de Belo Horizonte, a matéria sob o título: ``Prefeito diz ter pago R$ 35 mil a lobistas``.
Honestidade? É só verificar se foi pago nos documentos da prefeitura!
http://www.otempo.com.br/capa/pol%C3%ADtica/prefeito-diz-ter-pago-r-35-mil-a-lobistas-1.624219

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