AS ROMARIAS DO PADRE QUINZINHO

“Quando se fala em “Lembranças... saudades”, muitas recordações me vêm à mente. Quero, no entanto, destacar a Romaria à Aparecida do Norte, no meu tempo de infância e juventude. Esta romaria era conhecida como “Romaria do Padre” pois era meu tio, Padre Quinzinho que a dirigia. Eram dias de festa para a cidade. Muitos ônibus eram lotados. A romaria levava três dias. Saíamos cedo, no primeiro dia, e íamos lentamente, pois um ônibus sempre acompanhava o outro. No alto da serra, era a parada do almoço, e as famílias se reuniam para comer sua “matula” que sempre contava de um virado de frango.
Eu sempre ia no ônibus em que ia o meu tio Quinzinho, meus pais e irmãos, meu tio Alfredinho, tia Maria Luiza e primos. À tardinha todos se alojavam nos hotéis. Nesta romaria, além do aspecto religioso, ainda tinha o encontro de amigos. O Carlinhos, filho de Tio Alfredinho, vinha do Rio de Janeiro para o encontro anual. Também o Orlando Igreja, de Guará, sempre estava presente. Eram horas alegres e a noite na porta do hotel, nos sentíamos muito importantes junto aos adultos, que davam a nós crianças, grande atenção.
O segundo dia da romaria ficávamos por conta dos atos religiosos e um passeio a Guaratinguetá.
A chegada em Brazópolis era uma festa, os que ficavam, esperavam com ansiedade a chegada dos romeiros. Quando o primeiro ônibus surgia, os sinos repicavam festivamente e o alto-falante da Igreja Matriz tocava músicas festivas, todos os ônibus entravam na cidade tocando suas buzinas.
Todos se dirigiam à Igreja para a bênção do Santíssimo e agradecimento a São Caetano.
Felizes, voltávamos para nossas casas com “lembrancinhas de Aparecida” para os que ficavam.”


Rita de Cássia Noronha
Professora Aposentada