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5 de julho de 2013

CONSÓRCIO-DIVÓRCIO - Renato Lôbo

Só mesmo a gênia da lâmpada Gigigih pra ter uma ideia dessas e, perplexo, eu não sei como as grandes redes ainda não pensaram no assunto por esse viés.

De que vivem as grandes redes de lojas? De vendas, claro! Fora do calendário da histeria coletiva (natal, dia das mães...), quando é que as lojas mais faturam? A cada divórcio, claro! Montem-se tudo outra vez. Então, fica aqui a ideia para as Casas Bahia (Dedicação total a você), Lojas Cem (Ainda em que tem...), Magazine Luiza (Vem ser feliz) e as lojas da Praça do Mercado de Brazópolis. É o Consórcio-Divórcio.

Funciona assim: no ato de mobiliar a sua casa para o dia mais feliz da sua vida, você ganha um Consórcio-Divórcio com algumas primeiras tantas parcelas já pagas. Quando consorciado, você automaticamente ganha um mega-desconto para suas novas compras, claro, assim que for remontar a sua casa nova no segundo dia mais feliz da sua vida: o segundo casamento. Nesse dia, data vênia, você ganha outro Consórcio-Divórcio. Sim. Porque vai haver um terceiro dia mais feliz, um quarto, um quinto... Quem sabe? As construtoras, as corretoras e as lojas sabem. Outra casa, outro fogão, outra geladeira, microondas, lavadora de roupas, lavadora de louça, garfo, colher, faca e todos os panos. Como diria Tia Ordália: “Enxovar compreto”.

Sei que isso pode parecer bizarro. Mas a bizarrice perde em todos os quesitos depois que inventaram a tremenda cara-de-pau de indicar o número da conta bancária para depósito em dinheiro pró-noivos-e-lua-de-mel. Algo mais deveria espantar? O casamento de Caras... Mas, melhor não comentar!

Outra ideia oriunda da sábia Gigigih é o “convite genérico”. (Essa vai na veia das gráficas.) “Eu e meu noivo ou noiva e nossos pais” convidamos você e os seus, porque decerto haverá um “seus” em algum lugar seja lá como for onde quer que seja, e nem o “eu” nem o “meu noivo ou noiva” precisam ser nomeados, tampouco os “nossos pais”. Questão de economia. Afinal, como se diz, a fila anda.

Santo Antonio que o diga! Dia desses, num seriado de TV, a personagem principal foi agradecer ao Santo pelo casamento que ele havia arranjado. No caso, o Santo da devoção aparecia e falava com ela. No que ela O convidou para o casamento, ele se esquivou “porque tinha outra pessoa para ajudar”. A noiva insistiu e ele respondeu:
- No próximo, eu vou.
- Como assim, no próximo?
- É... no próximo! Vocês estão sempre se casando de novo!

Mas será o Benedito! (Não, é o Antonio.)

Depois de tudo isso resta, mesmo, é dar o braço a torcer e reconhecer que, pelo menos, num ponto, a Santa Madre Igreja foi astuta, assertiva e tem total razão: casamento é um só. Se o primeiro foi muito bom, e o cônjuge – que tristeza! – enviuvou-se cedo, quem sabe, uma próxima tentativa pode lhe cair bem e até dar certo. Uai!

Mas se o caso for outro (até mudei de parágrafo) se o primeiro, realmente, não prestou, e se não valeram a pena nem as prestações que ainda não foram pagas, caro amigo, amiga dileta, antes de tentar se atirar de novo da ponte, faz favor, examine bem a sua parcela de responsabilidade no fiasco. Porque, que tem, tem. E muita sabedoria havia nalguns povos antigos que escreviam nas lápides o nome do médico, e permitiam de bom grado o sadio costume de consultar o antigo cônjuge do recém adquirido parceiro sobre a validade da nova parceria. Ele muito teria a dizer. “Ficha compreta! (Tia Ordália, de novo.)

O segundo casamento é a vitória da esperança sobre a experiência. Em certos casos, casar duas vezes – repito: sempre depende do caso – seria o equivalente a suicidar-se duas vezes. Se bem que, em assuntos dessa última pertença, às vezes, há salvação.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tem tanta gente que não se divorcie por causa de bens e vivem em uma situação precária só por Deus.Que vergonha.

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