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26 de novembro de 2010

FOME DE AMOR – (adaptado por) Renato Lôbo

Em baladas recheadas de gente linda, cada vez mais garotas maravilhosas com roupas micro-transparentes dançam e fazem pose em closes ginecológicos. Mas chegam sozinhas e saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros, médicos que estudaram, trabalharam e alcançaram sucesso profissional, estão sozinhos. Tem até mulher contratando homem para dançar com ela: os novíssimos “personal dance”. Incrível, não!

E não é sexo. As pessoas estão é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar desempenho de atleta olímpico. Né? Que tal aprontar um jantar pra quem você gosta e depois saber que vai “apenas” dormir abraçado? São essas coisas simples que perdemos na marcha de uma evolução cega. Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a “sentir”. É só isso, mas é algo tão simples que a cada dia fica mais complicado.

Quem duvida disso, dê uma olhada nos sites de relacionamentos. Aumenta consideravelmente o número que comunidades como: “Quero um amor pra vida toda!”, “Eu sou pra casar!” e até a desesperançada “Não nasci pra ser sozinho!” São milhares, milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, virtuais e inacessíveis.

Vivemos cada vez mais, retardamos o envelhecimento cada vez mais e estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo um sujeito infeliz, mas pelo contrário, para escrever essas bobagens é preciso encarar os fantasmas de frente e aceitar a conclusão de cara limpa. Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, démodé, brega. Tem outra: ter alguém do lado, não significa ficar “chicletado” nele o dia todo. É mais simples. É só saber que ele, ou ela, está lá, nalguma janela, olhando na direção da sua casa, enquanto fala com você ao telefone. Só isso!

Felicidade, amor... Todas essas emoções nos fazem parecer ridículos e abobalhados. Mas e daí? Seja ridículo, não seja frustrado. “Pague mico”, saia gritando e falando bobagens. Você vai descobrir, mais cedo ou mais tarde, que o tempo pra ser feliz é muito curto e cada instante que vai embora não volta mais (nossa, to brega!), e aquela pessoa que passou hoje por você na rua – e talvez você nunca mais volte a vê-la – quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois.

Quem disse que ser adulto é ser ranzinza? Um ditado tibetano diz que se um problema é grande demais, não pense nele, e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo, e uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada.

O que realmente não dá é continuar achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o cabelo ou que você não pode se aventurar a dizer pra alguém: “Vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois, ou quem sabe os dois, vai querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida”.

Do momento em que você começou a ler até agora, já se passaram bons momentos de vida. Não voltam mais.

Então?

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei o texto muito interessante. Realmente a vida está assim.

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